O Dia Nacional da CONSCIÊNCIA NEGRA é comemorado no dia 20 de Novembro em alusão a morte de Zumbi dos Palmares líder quilombola.
A data faz parte do calendário escolar e o assunto está inserido na história e cultura afro-brasileira.
Apesar da importância da data, e da maioria do povo brasileiro ser negro, 56% da população brasileira segundo o IBGE, sendo preta (9%) ou parda (47%), apenas seis estados decretam feriado nesse dia 20 de novembro: Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.
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Na Grande Vitória, somente as cidades de Cariacica e Guarapari têm esse feriado.
Vila Velha, mesmo tendo sua população composta por 55,32%, também é mais um município que além de não ter a data como feriado, pouco se faz na defesa, inclusão, direitos e combate à discriminação e ao racismo.
O 20 de novembro foi escolhido pelo movimento negro como dia de reflexão sobre mais políticas públicas para o povo preto. Sempre é preciso contextualizar o abismo social causado pela abolição que não garantiu dignidade ao povo africano escravizado.
Após 135 anos da abolição da escravatura, a população negra brasileira continua buscando por seus direitos como cidadãos. Foi uma liberdade inconclusa. O Brasil foi o último país a abolir o regime escravocrata. Cachoeiro de Itapemirim, aqui no ES, foi uma das cidades que mais recebeu escravizados.
O Convento da Penha chegou a ter senzala, os escravos de N.Senhora da Penha.
"A expressão é forte, mas era dessa maneira que índios e depois africanos ficaram conhecidos por trabalharem no Convento da Penha, em Vila Velha. Essas pessoas, que fazem parte de uma história doída dos brasileiros, contribuíram e muito para a construção e manutenção de um dos pontos turísticos mais queridos pelos capixabas." revela Fernando Achiamé, historiador e pesquisador.
Atualmente, existem várias ações afirmativas voltadas para mais políticas de reparação e inclusão social para o povo negro. Há cobrança de enfrentamento do racismo em toda a sociedade brasileira para podermos superar essa desigualdade social, incluindo as questões étnico raciais nas discussões. É dever do governo fazer essa campanha e dever da sociedade abraçar a causa. Não basta combater o racismo, é preciso educar a população para uma cultura antirracista.
Por Luciana Santos. Escritora, professora da rede municipal de VV e fundadora da ACALED, Academia Capixaba de Letras da Diversidade.
Ilustração - Agência Brasil / EBC
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