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A falência das escolas municipais - O desabafo de uma professora


Por Luciana Santos*


Desde 2021 venho questionando todas as mazelas que sofremos na área da educação municipal. Os reajustes que não tivemos, as gratificações que não recebemos, o plano de cargos e salários elaborado de forma covarde e injusta, as péssimas condições de trabalho, a insalubridade no ambiente escolar e o assédio moral institucionalizado no sistema.

Eu pedia ajuda e ela não vinha, eu denunciava em vão. Eu criticava muito, mas apontava solução. Era bloqueada e perseguida como se a culpa fosse minha e não das gestões.

Vamos adoecendo, muitas licenças e atestados, nada de abono e agradecimento para um segmento abandonado.




Quando tinha algo com algum valor para categoria, era usado como cala boca e nunca como um investimento que nos beneficiaria.

Os cúmplices nos deixavam reféns, os alienados aplaudiam os errados. Quando as chefias eram acionadas, todo mundo ficava calado. Eu, na ânsia de mudar a realidade, ficava me expondo por necessidade e nunca por vaidade.

Procurei vários legisladores. Desenhava o problema, explicava o que acontecia conosco, mas não se importavam com nosso dilema.


Ano de eleição se aproxima e a tática sempre muda. Começam a partir para cima de forma sistemática e aguda. Eu não gosto de vingança porque ela é perversa e imatura, não resolve a situação e flerta com ditadura.

Eu falava na Casa de Leis que as escolas precisam de ajuda. Não só alunos e professores, mas toda a comunidade escolar sentiam as mesmas dores.

Como servidora vou sempre ficar do lado dos meus colegas. Mesmo que a recíproca não seja a mesma. No fundo, no fundo, eles sabem do que estou falando porque no coletivo é o que a gente almeja.

Fiquei triste com a cena desta semana, onde o foco eram ventiladores. Mal sabem os pais o que passamos e das conversas de corredores. Lamento o acontecido na escola, onde mais uma vez vi um colega humilhado. Como luto sozinha, sei bem o que é não ter ninguém do seu lado.

Espero que tudo isso passe, que seja só um aprendizado, que possamos ter consciência de classe e se livrar desse fardo.

Ai de mim se não fosse a Literatura… Luciana Santos.



*Servidora concursada da PMVV, professora, escritora, membro fundadora da Academia Espírito-Santense da Diversidade.




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