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Aids ainda mata! | VV tem maior índice de contaminação por HIV no ES

Atualizado: 1 de dez. de 2023






Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Combate ao HIV/Aids. Apesar dos avanços nos tratamentos e da redução significativa do número de óbitos, a AIDS ainda mata.

Segundo dados disponibilizados pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) https://saude.es.gov.br/Media/sesa/DCT/Boletim%20Epidemiol%C3%B3gico%20IST-Aids%20do%20Estado%20do%20Esp%C3%ADrito%20Santo%20N%C2%BA%2036-2022.pdf Vila Velha figura como o município com maior índice de infectados por HIV no Espírito Santo em 2021 (último ano com dados consolidados). Foram 343 novos casos, representando 67,4 casos por cem mil habitantes, o maior número em todo o Espírito Santo, com uma média de 28,5 por 100 mil. No entanto, a Sesa alerta que o esse dado “pode significar também maior acesso à saúde nestes municípios e consequentemente maior realização de exames e maior número de diagnóstico”.

Quando analisado o número de óbitos em decorrência de AIDS, Vila Velha registrou 36 em 2021, abaixo de vários outros municípios. Em todo o Espírito Santo, foram 229 mortes em decorrência de HIV/Aids.

Dado que chama atenção, visto que em 2010, foram 89 vidas perdidas, após dez anos, o número continua a crescer, passando de 2,5 mortes por 100 mil para 5,4/100mil.

Outro dado relevante é o aumento significativo da contaminação em jovens e pessoas acima de 50 anos e idosos heterossexuais, em várias faixas sendo a maioria, eliminando o estugma da doença ter maior contaminação na população LGBTQIA+.


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Campanha

A campanha “Dezembro Vermelho”, dedicada à conscientização e à prevenção do HIV/Aids tem o propósito de unir esforços na batalha contra o vírus, promovendo o diagnóstico precoce do HIV/Aids.

A Sesa destaca a importância da prevenção e detecção precoce do HIV/Aids, alertando que a falta de sintomas iniciais não indica a ausência do vírus, e recomenda que a população realize testes regulares para a identificação precoce da infecção.

Destaca também que a detecção precoce é crucial para iniciar o tratamento, controlando a replicação viral e preservando a saúde, além de ressaltar a necessidade de adesão contínua ao tratamento pelo infectado.

A médica Bettina Lima, referência em IST/Aids da Sesa explica que, apesar dos esforços e conquistas, observa-se que a transmissão sexual continua sendo a principal causa de novos casos, afetando principalmente pessoas jovens de 20 a 49 anos, do sexo masculino, com relações homo ou bissexuais, e com a escolaridade incompleta, além da população preta e parda.

“É fundamental continuar testando, tratando positivos e, sobretudo, combatendo o preconceito e a discriminação. O ‘Dezembro Vermelho’, portanto, é um convite à reflexão e à ação coletiva, visando uma sociedade mais informada, solidária e livre do estigma associado ao HIV/Aids. A prevenção, o tratamento e a compaixão são instrumentos essenciais na construção de um futuro mais saudável para todos”, salienta a referência técnica Bettina Lima.

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Histórias de vidas

“Há mais de cinco anos sobrevivo com o HIV. Eu e meu namorado. Tivemos sintomas diferentes, mas nunca imaginávamos ser HIV. Quando nos deram a notícia foi um choque. É muito difícil. Medo dos remédios não surtirem efeito. Medo de amigos e familiares descobrirem e te julgarem. Apesar do tratamento controlar a doença, toda sua vida muda. São consultas rotineiras, preocupação para evitar contaminações paralelas. Na pandemia, então, tivemos muito medo. A prevenção ainda é o melhor remédio. E reforço, cheque sempre se de fato está prevenido, meu caso, acredito, que fui contaminado por não usar corretamente a camisinha em uma relação sexual.” comenta J.H.I.F, que preferiu não se identificar.

Situação semelhante, lembra outro paciente que convive com o HIV há doze anos. " Recebi meu diagnostico de HIV eu devia ter uns 20 anos de idade. Fiz o meu exame por conta de um namorado que queria fazer sexo sem caminha. Era fim de ano, e a equipe do CTA teve o cuidado e atenção de me dar o resultado. Pensei que eu iria morrer, meu mundo caiu naquele dia. Nos anos de 1990 tinha uma parente que tinha o vírus e as vezes ela ficava doente necessitando de ser hospitalizada. A familia sempre fervia as roupas dela, separava talheres e copo que ela utilizava não por preconceito em sí mais ignorância em não saber que o vírus não pega compartilhando talheres. Contei a situação ao meu irmão e logo comecei meu tratamento com uma Carga Viral muito alta. Mais graças aos medicamentos em menos de 1 ano de tratamento o vírus ficou indetectável. Os dias foram se passando, as semanas, hoje, mais de 12 anos depois do diagnóstico só lembro as vezes que tenho quando tenho de fazer exame ou ir ao infecto para cuidar da minha saúde. Também casei com meu marido que também vive com HIV e estamos muito tranquilos. Espero que logo saia a cura ou um medicamento que não seja de uso diário".

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Dados (Clique aqui para relatório completo)

De janeiro a novembro deste ano, foram notificados 1.572 novos casos no Espírito Santo, sendo 1.111 em pessoas do sexo masculino (70.3 %) e 461 pessoas do sexo feminino (29,6 %). Atualmente, cerca de 22 mil pessoas que vivem com HIV/Aids foram notificadas pelo Espírito Santo. Já em 2022, foram notificados 1.422 novos casos no Estado, com predomínio de pessoas infectadas do sexo masculino, totalizando 1.018 casos novos (71,6 %).

Quanto aos óbitos decorrentes da doença HIV/Aids, no ano de 2022, os dados preliminares registrados no Estado são de 267 registros. Enquanto de janeiro a 09 de novembro deste ano, foram 151 óbitos registrados. (Dados extraídos do SIM/TABNET SESA – Sistema de Informação sobre Mortalidade, em 09/11/23)


Onde buscar atendimento

Em Vila Velha, a PMVV mantém o CTA Centro de Referência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (CTA) com diversos serviços como tratamento, acompanhamento psicológico, sala de vacinação, dentre outros. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas, na rua Castelo Branco, 1803, Centro - sede da Semsa.


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