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Entrevista - Psicóloga aborda prevenção ao suicídio e saúde mental da criança ao adulto





Recentemente, infelizmente, três casos de suicídio e uma tentativa chocaram comunidades de Vila Velha. Uma jovem de 15 anos na Praia da Costa, dois senhores, um no Jockey, outro em Barramares e uma tentativa também no Jockey. 


Buscamos a doutora em Psicologia, Lorena Schettino Lucas, para conversarmos sobre o assunto e contribuir para evitar que novos adoecimentos tenham fim trágico.


Reforçamos a importância de buscar tratamento e ajuda. Estando precisando, não exite, ligue para o CVV (188), busque ajuda! 



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Atenção aos sinais e sintomas


A gente pode se atentar a alguns fatores que podem sinalizar que as coisas não estão indo muito bem com aquela criança, com aquele adolescente ou inclusive com o adulto. Mas é importante frisar que esses sinais muitas vezes passam despercebidos por serem muito sutis. Não são todas as pessoas que vão ter uma mudança drástica, aquela imagem clássica da pessoa com depressão isolada no quarto e sozinha. Mas tem algumas coisas que podem ser chamadas de fatores de risco que podem auxiliar a gente a entender melhor esse panorama. 


Podemos observar se aquela pessoa está passando por uma situação de muito estresse, seja na escola, no trabalho, estágio… A integração entre pais, família e escola tem que ser muito bem feita. Os pais precisam estar em acompanhamento com a escola de forma constante para saber como esses alunos estão se comportando, quais situações estão enfrentando no dia a dia, se estão tendo episódios de irritabilidade ou oscilações de humor de forma diferente do usual.


Todos temos um certo padrão de humor, de comportamentos já típicos de cada um.


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Geralmente, alguns comportamentos, algumas oscilações destoam daquilo que a criança, o adolescente costuma apresentar. Isso pode ser um indício de dificuldade nos relacionamentos, seja com os colegas, seja amoroso, enfim, a dificuldade em se relacionar com outras pessoas pode ser um indicador de sofrimento. Passar maiores períodos de forma isolada do que em grupos, se geralmente aquela pessoa gosta de estar junto e está ficando mais afastada, pode ser um sinal. Uma forma um pouco mais explícita, podemos observar uma fala negativa, que não demonstra esperança no futuro, inclusive através de postagens nas redes sociais, é uma forma que os adolescentes têm se expressado bastante. 


Estratégias e Prevenção


Antes de chegar nesse ponto, a gente pode adotar algumas estratégias para poder ter uma qualidade de vida, ter uma saúde mental que seja favorável para a vivência dos sujeitos. 


A prática de exercícios físicos é fundamental, a pessoa precisa ter um hobby, atividades que gerem prazer. O fortalecimento dos vínculos sociais é importantíssimo, tanto familiar como afetivo externo à família. 


O ser humano é um ser social, nós somos feitos para viver em comunidade, então a gente tem que fortalecer esses vínculos.

Ter contatos de emergência para uma crise, para uma situação ali de risco, esse contato de emergência pode ser um familiar, pode ser um parceiro, pode ser o profissional que faz o acompanhamento dessa pessoa, o psicólogo ou o psiquiatra. 


Essa parte de ter acompanhamento profissional antes da crise, de ideação suicida, é muito importante porque a tentativa de suicídio não acontece do nada, geralmente existem situações que vão contribuindo para aquele sofrimento se intensificar

Então, quando esse adolescente, essa criança já tem um acompanhamento profissional, antes disso acontecer, assim que é identificado, os primeiros estresses, é fundamental para não chegar ao ponto mais extremo.


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Buscando ajuda


Buscar os profissionais da saúde mental, capacitados para lidar com questões de sofrimento emocional, é muito importante. 


O psicólogo, o psiquiatra, é uma opção. Às vezes, o tratamento combinado entre psicólogo e psiquiatra será o melhor caminho para aquela pessoa. Então, ela precisa estar amparada, além de receber o apoio da família e dos amigos. Além de receber o apoio daquilo que a gente chama justamente de rede de apoio. Então, em conjunto, a família, os amigos e os profissionais podem dar esse suporte para a pessoa conseguir sobreviver a essa fase com maior qualidade de vida.



Em emergências, podem e devem ser procurados o SAMU, o Corpo de Bombeiros, a polícia muitas vezes pode fazer esse redirecionamento também. Os serviços hospitalares, os prontos socorros, eles podem ser buscados. 


Em um caso de tentativa, a depender do local onde a pessoa se encontra, da situação específica, essas autoridades podem e devem ser acionadas. 


Em relação ao que causa esse tipo de situação, é sempre bom frisar que o suicídio sempre existiu na humanidade. Então, ele não é de agora, não é uma coisa exclusiva dos nossos adolescentes, não é um sinal de fraqueza da nossa geração. Talvez, agora o que a gente esteja vendo seja uma possibilidade maior de falarmos do assunto. É um silenciamento menor em torno do tema, então, o que fazer para poder prevenir esses casos? 


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Excesso de telas e redes sociais


A gente deve encarar a internet como uma ferramenta, ela não é boa ou ruim. O uso feito dela pode ser bom ou ruim. Aí entra especificamente a questão das crianças e adolescentes.


Para crianças menores, o tempo de tela recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é bem reduzido. Existe um limite recomendável para o desenvolvimento cognitivo nas crianças, então é importante que isso seja seguido e que esse tempo de tela, seja sempre monitorado pelos responsáveis daquela criança ou adolescente. 


Acho que, se há esse monitoramento, os espaços virtuais podem se tornar mais saudáveis. Agora, se a família não faz esse monitoramento, se a criança ou adolescente extrapola o tempo de tela recomendado para a faixa etária, então essa ferramenta talvez não esteja sendo tão benéfica, certo?

Cabe à gente entender também qual é o papel da família e da sociedade como um todo na educação dessas crianças, para que elas não sejam vítimas dessas situações tão tristes e muitas vezes com desfecho trágico.


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CONTATOS / SERVIÇO:







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Onde Buscar ajuda em Vila Velha


Atualmente, Vila Velha possui três Centros de Atenção Psicossocial (Caps): o CAPS II Beija-flor, localizado no bairro Novo México, o CAPS Infantojuvenil (IJ), em Jabaeté e o CAPS/AD, no Centro de Vila Velha. 


CAPS Infantojuvenil (IJ)

Rua Marrocos, s/n - Jabaeté

Segunda a sexta-feira, das 8h às 18h

(27) 9.95209739 / 3149-7275 | capij@vilavelha.es.gov.br


Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II Beija Flor)

Rua Rosa Vermelha, n° 95. Novo México.

Segunda a Sexta, de 08h às 18h

(27) 3239-1510

Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas

R. Pres. Lima, 175 - Centro, Vila Velha

(27) 9.9963-0524.


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