Escolas municipais de Vila Velha e também estaduais em Vila Velha se uniram divulgando nota contra a denúncia do vereador Rômulo Lacerda, que durante sessão do dia 19 de junho, acusou as escolas de praticarem ideologia de gênero. (veja vídeo)
No entanto, em nota, as escolas destacaram que a atividade/formulário é baseado na Base Nacional Curricular Comum, unidade temática O SUJEITO E SEU LUGAR NO MUNDO. E que, diferente do propagado pelo vereador, a atividade trabalhou a questão do preconceito de gênero, e não ideologia de gênero, na sociedade.
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A atividade, que era um formulário, denunciada pelo vereador focava na questão das desigualdades enfrentadas pelas mulheres, em especial as negras, na sociedade e no mercado de trabalho. Em seu pronunciamento, o vereador questiona inclusive o motivo de não colocarem no formulário também as mulheres, pardas e brancas.
“O Vereador Rômulo Lacerda cita em seu entendimento político conservador que a
proposta pedagógica desenvolvida nesta unidade de ensino, trata-se de uma
atividade sobre diferença de gênero, quando o objetivo principal é abordar os temas
PRECONCEITO DE GÊNERO (DESIGUALDADE NO TRABALHO EM RELAÇÃO A
MULHER X HOMEM, EMPODERAMENTO DA MULHER NEGRA E A LUTA DAS
MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO)”.
A professora Mônica Alves, da UMEF Thelmo Torres, coordenadora do Mães pela Diversidade/ES e integrante do Fórum Diversidade e Inclusão de Vila Velha, avalia que “além da Base Nacional Curricular Comum, professores e corpo técnico, existe o conselho escolar, que pode acompanhar as ações. O conteúdo desenvolvido na escola faz parte de um planejamento e o vereador não tem preparo para interferir. O legislativo deve se preocupar em elaborar leis que possam colaborar para que a população do município tenha melhor qualidade de vida e a prática pedagógica com os conteúdos a serem desenvolvido é função da escola. Qualquer que seja a interferência externa não deve ser bem-vinda”.
Entramos em contato com a diretora da unidade de ensino, a secretária municipal de educação, mas até o momento não obtivemos retorno.
Confira a nota completa divulgada pela UMEF Barão do Rio Branco que tem sido compartilhada pelas demais unidades de ensino do município:
A UMEF Barão do Rio Branco tomou conhecimento da denúncia realizada pelo
Vereador Rômulo Lacerda na plenária da Câmara Municipal de vereadores no dia 19
de junho sobre a atividade realizada nessa unidade de ensino.
A atividade citada faz parte das habilidades a serem desenvolvidas conforme descrito
na BNCC (Base Nacional Curricular Comum) unidade temática (O SUJEITO E SEU
LUGAR NO MUNDO) no 49 do Ensino Fundamental 1: EF04GE01 'Selecionar, em
seus lugares de vivência, em suas histórias familiares e/ou da comunidade,
elementos de distintas culturas (indígenas, afro-brasileiras, de outras regiões do país,
latino-americanas, europeias, asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma
delas e sua contribuição para a formação da cultura local, regional e brasileira” e
EF04GE02 “descrever processos migratórios e suas contribuições e sua formação da
sociedade brasileira” conforme descrito e planejado pelas professoras dos 40 e 50
anos/matutino juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho faz parte de um
planejamento contextualizado no qual se trata das diferenças no mundo do trabalho
entre homem e mulher.
A palavra gênero conforme dicionário Oxford Languages “substantivo masculino 1.
Tipo, classe, espécie — 2. Conjunto de seres ou objetos que possuem a mesma origem,
ou que se acham ligados pela similitude de uma ou mais particularidades”.
O Vereador Rômulo Lacerda cita em seu entendimento político conservador que a
proposta pedagógica desenvolvida nesta unidade de ensino, trata-se de uma
atividade sobre diferença de gênero, quando o objetivo principal é abordar os temas
PRECONCEITO DE GÊNERO (DESIGUALDADE NO TRABALHO EM RELAÇÃO A
MULHER X HOMEM, EMPODERAMENTO DA MULHER NEGRA E A LUTA DAS
MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO).
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