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Instalação na Prainha resgata memória das benzedeiras





A Prainha de Vila Velha será palco da instalação Varal das Benzedeiras, que irá resgatar a memória dessas mulheres. Realizada pela artista, pesquisadora e benzedeira Yasmim Lima, também conhecida como Veia do Patuá, a instalação é um varal em corda com bandeirolas, fotografias e ferramentas utilizadas pelas benzedeiras. Estará aberta ao público nos dias 17 e 18 de agosto, dentro da programação da 6ª edição do Festival Movimento Cidade (MC).


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Yasmim relata que a instalação traz a memória dos varais dos quintais das benzedeiras, que são “um lugar de benzimento, de reunir a família”. Nos varais, os visitantes irão encontrar, por exemplo, registros fotográficos como do ato de benzer e de ferramentas utilizadas nessa ação. Para isso, Yasmim reproduziu as cenas, já que não teve acesso fisicamente a benzedeiras que utilizam ferramentas como facão, machado e pano branco, este último, outrora bastante utilizado no caso de doenças.


A explicação para não ter tido acesso a isso é simples: muitas dessas práticas se perderam com o passar do tempo. Uma das explicações, afirma, Yasmim, é o racismo, uma vez que a maioria das benzedeiras são mulheres negras. Além das fotos, o varal contará com bandeirolas nas quais haverá frases e rezas antigas. Na última, os participantes serão convidados para responder a seguinte pergunta: qual sua memória afetiva com as benzedeiras? Será possível acessar um QR Code para a pessoa escrever ou responder via mensagem de áudio.



Uma outra pergunta a ser feita é onde estão elas? A proposta é que as pessoas deixem os nomes dessas mulheres e informações adicionais. Em uma cadeira embaixo do varal haverá um caderno feito de maneira manual, com receitas antigas de remédios, depoimentos, rezas, e no qual os participantes poderão escrever suas memórias, recordações, experiências com benzedeiras.




A instalação é resultado de uma pesquisa feita por Yasmim para resgatar a memória das benzedeiras no Espírito Santo. Assim, sua proposta é possibilitar ao público o acesso a esse estudo feito até então, bem como fazer com que esse mesmo público possa contribuir com o prosseguimento dessa pesquisa, que, conforme afirma Yasmim, não tem prazo para acabar. Sua proposta é levar o Varal das Benzedeiras para outros espaços, atingindo um público cada vez maior.




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