O inverno começou no último dia 21 de junho, com Vila Velha já registrando temperaturas que chegaram à 15º na madrugada desta sexta-feira (23), segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As temperaturas baixas e o clima seco já chegaram trazendo incômodos como tosses, espirros e coriza. Isso porque o frio é o clima ideal para a disseminação dos vírus que afetam as vias respiratórias, causando infecções como rinite, bronquite, asma, bronquiolite, sinusite, pneumonia, otite, gripes e resfriados, merecendo maior atenção, principalmente por pessoas alérgicas.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), as alergias atingem 30% da população mundial e, segundo especialistas, até o final do século, pelo menos metade dos brasileiros irão sofrer de algum tipo de alergia. A fisioterapeuta Ana Fraga, especialista em fisioterapia respiratória, explica que o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar são fatores que contribuem para o aumento das alergias respiratórias devido à alta concentração de poluentes na atmosfera, reduzindo os mecanismos de defesa do organismo, ocasionando o aparecimento de doenças respiratórias.
A docente do curso de Fisioterapia da Estácio, destaca que o ar frio também atua como irritante das vias aéreas, o que acaba ocasionando mais sintomas alérgicos, como a falta de ar e a coriza. Além disso, existe uma maior circulação de vírus como os da gripe e do resfriado, que influenciam diretamente no aumento de doenças do aparelho respiratório.
“Quando as vias respiratórias são atingidas por um ar mais seco e frio há uma piora do sistema respiratório, que reduz a produção de muco eliminado pelas glândulas das vias aéreas, na qual existem enzimas e anticorpos protetores. O transporte do muco das vias aéreas inferiores para as superiores fica comprometido devido ao frio e faz com que as doenças respiratórias se proliferem com maior facilidade”, analisa a profissional.
Dicas simples para prevenção
Segundo a professora da Estácio, o que favorece a disseminação dessas doenças é o comportamento que as pessoas adotam no inverno, quando costumam ficar mais tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação. A fisioterapeuta observa que atitudes simples podem fazer toda diferença para ajudar na prevenção contra vírus e bactérias que afetam as vias respiratórias, como por exemplo:
- manter o ambiente arejado; - lavar as mãos com frequência; - cobrir a face ao espirrar ou tossir; - beber bastante líquido; - controlar a umidade relativa do ar acima de 50%; - fazer uso das vacinas existentes como prevenção; - evitar o fumo; - evitar o contato com pessoas gripadas e/ou resfriadas; - evitar ambientes com muita poeira e/ou fumaça; - evitar a respiração pela boca, pois o nariz necessita de fazer a função de filtrar e aquecer o ar – o correto é respirar pelo nariz e soltar o ar pela boca; - edredons, cobertores, lençóis e afins devem ficar expostos ao sol sempre que possível; - a alimentação deve ser a mais balanceada possível, como sopas e caldos ricos em legumes e verduras, lembrando sempre das frutas que devem possuir vitamina C; - evitar ambientes com ar condicionado; - utilização de soro fisiológico sempre que sentir as vias aéreas irritadas; - prática de atividades físicas na água como natação ou hidroginástica, que auxiliam no fortalecimento do diafragma, aumentando a capacidade cardiorrespiratória; - usar umidificador, caso necessário; - dormir bem; - realizar exercícios respiratórios.
“Vale ressaltar, que a fisioterapia respiratória se faz necessária tanto na prevenção quanto na reabilitação das patologias acima citadas, entre outras. No mundo atual temos a ciência de que o cuidado antecipado (prevenção) com a saúde, evita uma série de patologias e, dessa forma, evita também tratamentos sérios e prolongados. Fazer fisioterapia ou atividade física diminui os riscos das patologias respiratórias e auxilia na melhora da qualidade de vida”, diz a fisioterapeuta.
A conscientização de que as doenças crônicas precisam ser mais assistidas no inverno também se faz necessária, segundo a professora da Estácio, até mesmo para que esses pacientes comecem o controle antecipadamente e evitem passar por períodos de agudização da mesma.
- O uso de máscaras ainda continua sendo de suma importância, principalmente em locais fechados ou com pouca ventilação, o que acaba acarretando a disseminação das doenças. Que saibamos não restringir as máscaras apenas para o COVID, que ainda está presente entre nós, mas que possamos aproveitá-las para nosso bem-estar, finaliza a especialista em fisioterapia respiratória.
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