Por Douglas Dantas
Vivemos de fato em uma democracia plena? Quais influências dos regimes políticos no estabelecimento da democracia? A participação popular é garantia de vivermos em uma sociedade democrática?
Essas são algumas das perguntas que o livro “Democracia: O combustível da primavera árabe” do mestre em políticas públicas Thomaz Tommasi lança nesta terça-feira, 19/07, às 19h no Espaço Mil Fontes em Jardim da Penha.
Com uma linguagem acessível o autor nos remonta à Grécia Antiga até chegar aos dias atuais, passando pelos principais regimes autoritários, chegando ao fenômeno da Primavera Árabe que colocou em xeque vários desses regimes causando uma onda de protestos, muitas vezes reprimidos violentamente refletindo em fuga de refugiados.
Dentre os pontos destacados por Thomaz está a importância de encontrarmos harmonia em três mecanismos fundamentais: democracia, paz e política. "Se bem combinados, esses são os ingredientes para que possamos ir além e prosperar."
Fake News, educação e ciência
O autor lembra ainda da importância da imprensa e da liberdade de expressão como fatores de uma democracia plena: "a imprensa livre é um dos pilares de sustentação de um território com um povo verdadeiramente soberano".
Thomaz ainda crava que “tudo aquilo que não condiz com a verdade, que muitas vezes é fruto de invenções, seja por objetivos espúrios no campo público ou por interesses comerciais de quem quer que seja, tem o poder corrosivo de enfraquecer a democracia e o ambiente democrático.”
A questão da destruição da educação e da ciência por regimes autoritários também é citada, fazendo lembrar a situação atual, ao vivenciado nos últimos anos durante a Pandemia de Covid-19. “Um governo ditatorial, seja qual for a sua origem ideológica, não quer permitir a liberdade ao seu povo. (...) necessitam que a população não tenha acesso a educação de qualidade, bem como, a ciência deve ser restrita ao Estado”.
Primavera Árabe
“Certamente, houve variação em cada país, alguns mais, outros menos impactados” comenta Thomaz que em um capítulo específico detalha o fenômeno e seus reflexos mundiais, como a questão migratória dos refugiados.
Dentre as conclusões que se podemos tirar, além da Democracia ser fundamental ao desenvolvimento humano está que “as ditaduras e as regiões conflituosas são terrenos devastados pelo desenvolvimento humano”.
Nos dias atuais, ler “Democracia: o combustível da primavera árabe” nos faz crer que o caminho para uma sociedade justa passa pelo fortalecimento das instituições democráticas. Leitura fundamental em tempos sombrios!
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