Os moradores da rua Cassimiro de Abreu, no bairro Industrial, tem sofrido com uma infestação de caramujo-gigante africano (Achatina fulica).
Conforme fotos e vídeos, os moluscos infestaram vários terrenos, residências.
"Chamamos a Prefeitura, apareceu e falou que não pode fazer nada" reclama Genis, um dos moradores.
Diante aos fatos, nossa equipe buscou orientação de como os moradores devem agir em caso de presença dos caramujos africanos.
Segundo a pesquisadora Silvana Thiengo da Fiocruz, "a principal providência a ser tomada é o controle pela catação. O uso de pesticidas não é recomendado em função da alta toxicidade dessas substâncias. A melhor opção é a catação manual com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos. Este procedimento pode ser realizado nas primeiras horas da manhã ou à noitinha, horários em que os caramujos estão mais ativos e é possível coletar a maior quantidade de exemplares. Durante o dia, eles se escondem para se proteger do sol".
Silvana ainda lembra que "o sal, que seria uma opção para eliminar os moluscos, não é recomendado porque seu uso em excesso prejudica o solo e plantio. O Plano de Ação para o Controle de Achatina fulica do Ibama recomenda que após a catação os moluscos devem ser esmagados, cobertos com cal virgem e enterrados. Outras opções são jogar água fervente num recipiente para matar os caramujos recolhidos ou incinerar, desde que estes procedimentos sejam realizados com segurança. O material pode ser ensacado e descartado em lixo comum, mas é preciso quebrar as conchas para que elas não acumulem água e se transformem em focos de mosquitos, como o Aedes aegypti, vetor do vírus do dengue.
Ameaça à biodiversidade
O analista ambiental do Núcleo de Fauna do Ibama-RS, Fábio André Faraco explica que a espécie foi trazida para o Brasil no fim da década de 1980. Anunciado como uma opção para produtores que quisessem faturar alto com uma alternativa ao escargot, o animal não apenas se mostrou inútil para o consumo, mas se transformou num grave problema.
O poder de reprodução do caramujo-gigante é impressionante. Eles colocam de 500 a mil ovos por vez e em cinco meses estão prontos para a reprodução, que ainda é facilitada pelo fato de serem hermafroditas. Os moluscos vivem por sete anos. "Se você colocar dois deles num quintal, em alguns meses terá milhares e milhares", afirmou o analista.
Para tornar a situação ainda mais grave, o animal é extremamente resistente, sobrevivendo em diferentes temperaturas. Alimenta-se de todo tipo de vegetais, causando incalculável prejuízo à agricultura. E desequilibra os ecossistemas ao competir por alimento e servir de repasto para algumas espécies, que acabam consumindo excesso de proteína.
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PMVV
Buscamos a Prefeitura Municipal de Vila Velha questionando quais orientações de manejo aos munícipes. Porém, passados mais de mês, não obtivemos NENHUM retorno.
Com informações das agências Fiocruz e Fapesp.
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