Por Douglas Dantas*
Junho é o mês do Orgulho LGBTQIAP+, quando no dia 28 é celebrado mundialmente a data, que remonta ao ano de 1969, a rebelião de Stonewall Inn, quando os frequentadores do bar homoafetivo decidiram enfrentar a violência policial que ocorria frequentemente, apenas pelo fato do grupo existir. Para os policiais da época, gays só serviam se fossem seus amantes escondidos e estivessem presos longe dos olhos da sociedade.
Apesar dos avanços, da aceitação e do respeito de parte da sociedade, ainda há uma grande barreira de preconceitos a serem vencidos por essa população.
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Um dos pontos mais graves é a luta que essas pessoas vivem pelo reconhecimento de seus direitos civis, sem distinção de orientação, gênero, sexo.
Quase que diariamente, vemos noticiadas propostas de leis absurdas que tentam negar direitos. Na ampla maioria, usam de justificativas rasas e deturpadas para criar fatos e garantir votos de uma parcela ingênua, ignorante da população que se apega à leitura de trechos bíblicos que lhe convém e interpretações segregadoras, ignorando o avanço da sociedade sobre direitos civis e até mesmo sobre os princípios cristãos como "amais vos uns aos outros".
Não queremos doutrinar ninguém, como dizem. Mesmo porque, não se vira gay. O que queremos é ter nossas famílias respeitadas e amparadas na forma da lei.
Que nossos filhos, adotivos ou biológicos, tenham os mesmos direitos dos demais, que nosso nome na identidade reflita o que somos e garanta cidadania e dignidade. Que nossos bens sejam resguardados em igualdade ao que se pratica para toda sociedade. Dentre outros direitos.
Negar direitos civis ao povo LGBTQIA+ é atrasar a vida econômica, social e funcional de uma grande parte da população que paga seus impostos e contribui para o enriquecimento do país. Negar a diversidade de nossa sociedade, é negar a existência humana e toda evolução social.
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A sociedade precisa deixar de dar palanques, inclusive a mídia, parar de noticiar aberrações, as quais são feitas apenas para gerar cliques e votos, a esses falsos profetas, fakes gestores públicos e moralistas e cobrar a atuação desses políticos pela garantia de saúde, educação, infraestrutura, etc.
Não será impedindo uma terminologia de gênero neutro, por exemplo, que estaremos negando a sexualidade de um filho. Afinal, queira ou não, ninguém se torna gay, lgbtqia+. Nascemos assim, apenas iremos, com o passar do tempo, nos descobrindo.
Mais cedo ou mais tarde, quem é, será. O que precisa é ser acolhido, respeitado, justamente para não sofrer sendo o que não é.
Que possamos cada vez mais sermos acolhidos e termos a consciência de que um país só será evoluído quando todos de fato sejam respeitados e não discriminados. Nessas eleições, atente-se a quem irá votar. Não precisa ‘levantar bandeira’ para defender uma sociedade diversa, mas não podemos aceitar políticos omissos, ou pior, que proponha legislação que sejam contra a diversidade, a equidade, o respeito, enfim, que seja contra a humanidade. Basta!
O amor entre as pessoas jamais deve ser visto como barreira para a evolução da humanidade.
Quem se incomoda com o amor do outro, boa gente, não é!
*Bacharel em jornalismo, especialista em educação e em jornalismo de dados, diretor do Sindijornalistas e da Fenaj, imortal da Academia Capixaba de Letras da Diversidade, jornalista do Sindipúblicos e fundador do VVemDia.
Foto Ilustração do Freepik
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