Por Luciana Santos*
Estamos vivendo tempos difíceis onde a prática da perseguição funcional está em alta. No serviço público, inclusive no município de Vila Velha, tem sido muito comum o assédio moral e a exposição desnecessária dos servidores que fazem oposição a sua chefia ou gestão.
A falta de argumento ou de diálogo leva aos extremos em vários segmentos do setor público. Ocorre em todas as esferas, seja ela federal, estadual ou municipal. Porém, a prática de assédio moral é recorrente nas repartições públicas seja municipais, estaduais ou federais.
A visão micro das coisas públicas x Interesses coletivos.
O servidor sabe que se questionar algo ou discordar de alguma coisa proposta por seu agente hierárquico poderá ser punido e perseguido. A postura irregular e criminosa das chefias e seus superiores são amparadas por ações internas quase impossíveis de provar.
Causa desgaste em quem sofre o assédio moral, causa prejuízo emocional e financeiro, sabota o serviço público e acaba com a carreira do funcionário. Os casos de denúncia e indenizações são frequentes e possuem o mesmo padrão.
Mandar o servidor trabalhar longe de casa, negar atestados médicos, deixá-lo sem função, proibir os colegas de se dirigirem ao perseguido, difamá-lo para outras chefias, entre outras práticas coronelistas.
Nesse universo do "manda quem pode e obedece quem tem juízo" não há vencedores. Há muita vaidade, ganância e destruição gratuita do outro.
O servidor público atende diretamente a população. E quando ele é desestabilizado, o sistema adoece.
Cabe aos novos gestores entenderem que assédio moral, além de ser uma prática cafona e covarde, é crime e acima de tudo desumano.
Não adianta fazer o progresso estrutural se a conduta das chefias é perversa e medieval. O Século XXI requer boas práticas, novos saberes, bons diálogos e acima de tudo governabilidade com responsabilidade e democracia.
Pensar diferente é um direito. Discordar é salutar, questionar é necessário e argumentar na legalidade é a prática mais saudável e civilizatória da humanidade. Ninguém presta concurso público para ser escravo do sistema, muito menos assediado devido a sua forma de agir e de pensar.
* Por Luciana Santos - Servidora concursada sa PMVV, professora, escritora, membro fundadora da Academia Espírito-Santense da Diversidade.
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