Nesta quinta-feira, Dia Mundial do Combate à Aids, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede que líderes globais direcionem esforços para reduzir as desigualdades que impedem o progresso necessário para que a meta de acabar com a síndrome até 2030 seja atingida.
“Não se deve negar às pessoas os serviços de HIV, não importa quem sejam ou onde vivam, se quisermos alcançar a saúde para todos. Para acabar com a AIDS , precisamos acabar com as novas infecções entre crianças, acabar com a falta de acesso ao tratamento para elas e acabar com as barreiras estruturais, o estigma e a discriminação contra populações-chave em todos os países o mais rápido possível”, diz Meg Doherty, diretora dos programas de HIV, Hepatite e IST da OMS.
Vila Velha
Em Vila Velha, os pacientes que vivem com HIV são acolhidos e recebem tratamento no CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) que funciona na Rua Castelo Branco, 1803, Centro de Vila Velha, na sede da Secretaria de Saúde de Vila Velha (Semsa) de segunda à sexta das 7h00 às 18h00. No local é possivel realizar a testagem para diagnosticar se possui o vírus e caso afirmativo todo tratamento que engloba a assistencia de médicos e equipe multidisciplinar com psicológos e enfermeiros. Cabe destacar que toda medicação é gratuita fornecida pelo SUS, bem como tratamento com realização de exames periódicos, vacinação dentre outros procedimentos.
"O momento de diagnóstico é muito duro. O chão parece se abrir. Mas com o passar do tempo vimos que o HIV se tratado é possivel conviver levando uma vida normal. Nunca imaginava estar positivo. Sempre usei camisinha e me cuidei. Mas mesmo assim fui infectado. Não sei quando. Só descobri quando comecei a emagrecer e ter sintomas sem motivos aparentes. No CTA de Vila Velha sempre fui bem atendido, inclusive com equipe de psicologia" comenta paciente de 40 anos, há cinco vivendo com HIV, que preferiu não se identificar.
OMS
A OMS, destaca que a Aids continua a ser um grande problema de saúde que afeta uma parcela considerável da população mundial. Segundo a organização, por exemplo, 4 milhões de pessoas vivem com o vírus do HIV e não foram diagnosticadas, o que representa mais de 10% do total de 38 milhões de infectados.
Além disso, 5,9 milhões de indivíduos que sabem que vivem com o vírus não recebem o tratamento antiviral adequado, mais de 15% do total. A falta de acesso aos medicamentos é ainda pior entre os mais novos. Seis a cada dez crianças de 5 a 14 anos não utilizam os medicamentos, apontou um novo relatório publicado nesta terça-feira pela agência da Organização das Nações Unidas para Aids (Unaids).
O tratamento é responsável por manter o vírus sob controle e evitar que a infecção pelo HIV cause a síndrome da imunodeficiência humana, que é a Aids. Hoje, os remédios conseguem até mesmo levar o vírus a um estágio em que é indetectável e intransmissível.
“Com solidariedade global e liderança ousada, podemos garantir que todos recebam os cuidados de que precisam. O Dia Mundial da Aids é uma oportunidade para reafirmar e reorientar nosso compromisso compartilhado de acabar com a Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado.
Com apenas oito anos de distância para a meta, a OMS pede que as lideranças mundiais garantam o acesso aos serviços relacionados à prevenção e ao tratamento do HIV especialmente entre aqueles mais em risco de exposição, em maior necessidade de amparo, entre crianças infectadas e entre populações chave e seus parceiros.
O comunicado ressalta, por exemplo, que 70% das novas infecções por HIV têm sido detectadas em grupos populacionais marginalizados e, muitas vezes, criminalizados.
Além disso, aponta que, enquanto a transmissão do vírus caiu nos últimos 10 anos de um modo geral na África, continente com o maior número de casos, esse declínio não foi significativo entre homens que fazem sexo com outros homens, o que demanda ações direcionadas, sem criar estigmas ou reforçar preconceitos.
A organização menciona ainda a sobreposição da emergência de saúde pública da varíola dos macacos, recentemente renomeada para mpox, com o problema do HIV. Dados da OMS mostram que 52% dos contaminados com o vírus monkeypox são pessoas que vivem com HIV, e que aqueles sem o vírus sob controle estão mais suscetíveis a quadros graves de mpox.
Com informações do Unaids
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