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Foto do escritorRedação

Os 75 anos da Academia de Letras Vila Velha


Na próxima terça-feira (07/03), ocorrerá a sessão solene de aniversário da Academia de Letras de Vila Velha (ALVV). Passados setenta e cinco anos desde a sua fundação, a Casa Humberto de Campos enfrenta os desafios de uma sociedade caótica e líquida, que não possui tempo para nada e, muito menos, o hábito da leitura.


Como acadêmico e atual vice-presidente da instituição, frequentemente converso com turmas de alunos do ensino fundamental e médio da rede pública e privada do município. Sempre pergunto-os sobre as suas vivências literárias e, na maioria das vezes, sou bombardeado com a informação de que grande parte dos estudantes nunca foram à biblioteca e levaram um livro para casa.


Nas minhas palestras, ouso perguntá-los sobre questões básicas envolvendo Geografia, Sociologia, Filosofia, História e Conhecimentos Gerais. Geralmente, um silêncio constrangedor paira sobre o ambiente. Acredite ou não, recentemente uma turma inteira do ensino médio não foi capaz de responder-me qual é o nome da nossa espécie (homo sapiens sapiens).


Até aqui, fiz uma crítica ao sistema educacional. Mas, por dever de consciência, devo confessar que diminuí drasticamente as minhas leituras, nos últimos dois anos. Cada vez mais vidrado pela leitura especializada do meu ofício, fui perdendo o hábito de ler duas obras literárias por semana. Escassez de tempo, cansaço e dores lombares atingem-nos numa proporção injusta.


É nesse tempo de desespero e correria em que a ALVV luta para continuar relevante na vida do povo canela-verde. Isso significa, em primeiro grau, redefinir os seus próprios canais de comunicação. De fato, nos últimos anos, os saraus, as apresentações musicais e de teatro, as palestras e a contribuição dos acadêmicos nos mais diversos setores da cultura tem conquistado o coração de muitos que até pouco tempo desconheciam a existência da Casa das Letras.


Precisamos de todo apoio possível, sobretudo das instituições privadas que podem subsidiar os eventos da Academia e do Poder Público que possui uma ampla rede de comunicação, profissionais de marketing e publicidade. Esperamos, ansiosamente, o nosso ingresso permanente no orçamento fiscal do município.


A voz magistral de Andra Valladares, a simpática maneira de Advanir Rosa contar as suas histórias, a poesia romântica de Horácio Xavier, os sonetos incríveis de Fábio Daflon precisam reverberar cada vez mais na terra sagrada de Vasco Coutinho.


A Academia de Letras de Vila Velha continua viva e eloquente, brilhando forte como labaredas de fogo. Vida longa aos imortais!


Por Italo Samuel Wyatt é advogado, especialista em Direito Criminal e Segurança Pública, autor de obras literárias, membro da Academia de Letras de Vila Velha e colunista.


Confira todas as colunas Italo Samuel Wyatt em:




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