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“Ouvir a população é dever de todo gestor” reforça Ramalho




Dando prosseguimento à série de reportagens com os cotados para disputar o executivo municipal, entrevistamos o Coronel Ramalho.


Recentemente o coronel aposentado da Polícia Militar saiu do comando da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) mostrando interesse em disputar a prefeitura Vila Velha, reforçado pela saída também do Podemos, partido do prefeito Arnaldinho Borgo, abrindo mão até de vaga de suplente na Câmara dos Deputados. 


Durante a entrevista, Ramalho, apesar de não oficializar sua candidatura à Vila Velha, demonstra grande interesse em disputar a vaga de prefeito. 


O bate-papo aconteceu no mezanino da Padaria e Restaurante Santo Graal, localizado na R. XV de Novembro, no Centro de Vila Velha, gentilmente cedido à nossa reportagem. Agradecemos o senhor Antônio e seu filho Ramom Tápias, sócios do Santo Graal, que gentilmente cederam o espaço e fizeram do local, um espaço ideal para realização de reuniões de negócios e pequenos eventos, com um cardápio especial. Vale conferir!





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Ramalho além da farda


Nascido em Vitória, Ramalho tem família em Vila Velha e mora desde quando casou com sua esposa Valéria, há 25 anos, na cidade canela-verde. Tem 54 anos, é pai de dois filhos, Diogo e Karina e avô de Cecília. Ainda possui a cadela Alcione, sucesso em suas redes sociais. É católico, tem como hobby cozinhar para amigos e familiares, gosta de ouvir Roberto Carlos e ler sobre lideranças. Graduado em administração de empresas e Curso de Formação de Oficiais.


Atuação pública


Na Polícia Militar, ocupou vários cargos de comando e chegou ao posto máximo, sendo comandante-geral. Depois, assumiu a SESP, sendo bem avaliado pelo perfil técnico adotado na pasta. 


Deixou a Sesp com o melhor resultado de redução de homicídios desde 1996. O Estado do Espírito Santo encerrou o ano de 2023 registrando 978 homicídios. O acumulado é o menor desde que o dado começou a ser contabilizado, em 1996, e abaixo do registrado em 2019, até então, considerado o melhor ano da série histórica, com 987 casos. Em janeiro de 2024, seu último mês como secretário de segurança pública, a redução se manteve. Foi também o janeiro de menor número de assassinatos desde 1996, com 77 mortes violentas nos primeiros 31 dias do ano. A menor quantidade de casos para o mês havia sido em 2016, com 94 mortes.


Em 2022, foi candidato a deputado federal, obtendo 33 mil votos. Sua intenção era ter disputado o Senador, mas foi preterido por questões partidárias.





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Pretensões Políticas


Durante a entrevista, Ramalho lembrou da frase: “Se ninguém quiser te acompanhar, vá sozinho. No meio do caminho, outros terão a mesma visão”.


Questionado se esteve ou está sozinho no projeto político, Ramalho comenta que, em 2022, "vi que foi uma trajetória solitária. Vim para deputado federal em um projeto sozinho. Só com alguns amigos. Quando descemos para esse cenário, todo mundo já estava com as amarrações feitas. Aprendemos que não dá para virmos em projeto político sem que tenhamos um grupo, um apoio. Agora estou tendo a oportunidade de conversar com pessoas que acreditam no projeto. Encaramos a política como realizar, entregar, como melhorar a vida das pessoas. Não política de conchavos e amarração. Fico satisfeito de estar em um grupo que discute políticas e ações para o povo”. 


Quanto a disputar Vila Velha ou Vitória, Ramalho comenta que dialoga com outras figuras políticas, avaliando o melhor caminho a seguir. Já sobre possível ‘rusga’ ou qualquer atrito com o atual prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, Ramalho comenta não haver nenhuma briga, mas visões diferentes.


Problemas da cidade


“Como morador de Vila Velha, me preocupa a questão da segurança pública. A cidade apresentou índices elevados de homicídios. A responsabilidade fica muito sobrecarregada com o governo estadual. Vila Velha fez o dever de casa desde lá de trás, com a Guarda Municipal com Neucimar Fraga, depois o Rodney Miranda a armou. Reconhecemos as gestões anteriores. Cada um colocou um grãozinho que podia colocar”.


Lembrando que “segurança pública não se faz só com polícia. Se faz com educação, saúde, emprego, renda, com infraestrutura nos bairros para os jovens, com religião e família. Países que conseguiram avançar nessa questão foram que uniram isso”.




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Tecnologia


Perguntado sobre o uso de câmeras implantadas ainda por Neucimar/Rodney, Ramalho avalia que “foi muito audacioso e corajoso para a época. Hoje precisamos avançar na tecnologia. A Inteligência Artificial já te permite outros mecanismos, como o cerco inteligente. Onde você não precisa mais de pessoas monitorando várias câmeras. Você diz para o sistema as características da pessoa, do carro e das câmeras que irão identificar. Isso facilita muito a investigação dos inquéritos da Polícia Civil. O governo estadual implantou o cerco inteligente e agora está contratando para leitura facial, que será possível por nossa gestão ter investido na identidade digital com as características que conversam e dialogam com as câmeras. Antes era papel, carimbo. Hoje, já temos quase 2 milhões de identidades digitalizadas que dialogam com o cerco inteligente. Você no carro, será identificado. Digo para a câmera, olha, estou procurando esse ‘cara’ por estupro. Quando ele passar por uma das câmeras, será reconhecido”.


Esse sistema de cerco pode ser usado para proteger, por exemplo, mulheres vítimas de violência, escolas, dentre outros casos, explica Ramalho.  


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Projeto para Vila Velha


“Primeiro temos que dialogar com a cidade. Ver as necessidades, as carências. Trazemos a experiência do que fizemos na segurança pública. Você tem questões relativas às vulnerabilidades sociais que impactam a cidade. Trazer o terceiro setor, dialogar com o setor privado, oportunizar emprego… cursos profissionalizantes… o que não dá são jovens afastados da escola, do trabalho e estarem no caminho da criminalidade. Temos que deixar claro para os jovens que o caminho das drogas, do tráfico só vai levá-los para o caixão ou para a prisão. E aí entra a necessidade de políticas públicas com infraestrutura, esgotamento sanitário, de acesso à água potável… você ainda tem bolsões de pobreza a céu aberto”.  


Temas sensíveis à sociedade


Quando perguntado sobre alguns temas polêmicos, Ramalho não se furta e inclusive cobrou a necessidade de a sociedade discuti-los. 


Armas


“Sobre armas, sou totalmente favorável caso passe por um rigoroso processo de avaliação, conforme previsto na legislação federal. Desde que queira defender a sua honra, da sua família e demonstre aptidão e habilidade para andar armado. Não é liberar pra qualquer um. Ele tem que ter também boa conduta na sociedade, não cometer crime nenhum, exame psicológico, demonstrar plenas condições de estar armado. Isso é legítimo”.


Maioridade penal


“Um cara de dezessete anos. Entra na sua casa, mata sua filha, estupra sua esposa, é apreendido. O máximo que vai pegar é uma medida socioeducativa de três anos. A sociedade concorda com isso? Talvez isso lá atrás, quando foi criado o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), quando tínhamos outro modelo de sociedade, nos atendia. Quando esses jovens não tinham o discernimento do crime, do ato que cometeram. Mas hoje, você pode dizer que um cara desses não sabe dos crimes que cometem? Isso está na palma da mão deles [celulares/internet] o tempo todo. Precisamos rever essa situação. Digo que temos que lançar essa discussão. Esse é o papel do legislativo federal. Como prefeito, defenderia essa discussão. É o caminho? Precisamos abrir o diálogo”.


Moradores em Situação de Rua


“A pessoa em situação de rua está para além de ser um problema municipal. Mas o prefeito pode ser um porta-voz da sociedade. As pessoas em situação de rua se misturam com usuários de drogas, principalmente do crack. Se ele não tem renda, como compra a pedra? Ele furta. Aí vem o incômodo que vemos todo dia nos jornais, de usuários roubando comércios para trocar por drogas. É uma discussão que precisamos discutir. A sociedade cobra muito da polícia para tirar eles da porta, mas a legislação não permite. Como vamos fazer? Aí entra a bancada federal, o Ministério Público, o poder judiciário.. Temos que discutir. Querer ganhar no peito, como vimos um prefeito um dia desses, é difícil, por que você não pode obrigar a trabalhar, nada… a discussão da compulsoriedade é um desejo da sociedade? Não podemos deixar é que essas pessoas, que não tem mais nenhuma noção de civilidade, que está perambulando pelas ruas e praticam crimes, como a que atingiu e matou uma motorista com um vergalhão na Praia da Costa e ano passado uma jovem atingida por uma pedra na cabeça ficando gravemente ferida, continue nas ruas causando medo e cometendo crimes. Vamos achar isso normal? O prefeito tem que capitanear essa discussão”.


“São pessoas que estão prejudicando a boa convivência na cidade. Está trazendo medo, angústia, sofrimento. E também precisam ser amparados porque não têm condições de tocar a própria vida”.


“Mas precisamos também separar as pessoas que, por algum motivo, têm uma escolha pessoal de estar na rua, por algum dissabor, desilusão… mas que não são criminosos, não usam drogas. O problema são os usuários de drogas e também os que têm problemas mentais. Todas precisam estar amparadas pelo poder público de alguma forma..  ”. 

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Candidatura


Ramalho anuncia haver, sim, conversas com outros dois partidos, o Progressistas, com comando do deputado federal Da Vitória, e o Republicanos, de Erick Musso. “São lideranças políticas importantes no Estado que têm dialogado sobre essas possibilidades. O que entendermos que for o melhor, tomaremos a melhor decisão. Cheguei a conversar ano passado com o próprio Arnaldinho. Quis entender quais eram os meus projetos. Tenho um respeito grande por ele. Fomos secretários juntos, na gestão Rodney. Ele era da Ação Social e eu da Segurança. Se o caminho for realmente Vila Velha, conduzirei com respeito a ele até o final. Não me permito fazer política agressiva. Temos que analisar as propostas para o município”.



Reportagem: Douglas Dantas. Colaboração Luciana Santos.

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