Dizem que quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Mas, e quem não gosta da imprensa, livre, ética e verdadeira, seria bom sujeito?
Nesta segunda-feira, 20 de junho, o vice-presidente general Hamilton Mourão (Repúblicanos) discursou por 45 minutos para uma plateia que sequer lotou os 500 lugares do anfiteatro da Universidade Vila Velha. Tempos atrás, a visita de um vice-presidente teria que ser em ginásio para comportar os interessados.
Mesmo com várias cadeiras vazias, os jornalistas que foram exercer seu digno e ético papel social na atuação de informar à sociedade, ficaram ‘encurralados’ em um dito camarote sem acesso ao vice-presidente. Além disso sob a escolta de dois vigilantes da UVV e com área de acesso restrita. Até para ir ao banheiro, eram acompanhados.
Como já esperado por representantes do Governo Federal, nada de perguntas! Tal como Bolsonaro, Mourão segue a mesma linha: digo o que penso, não me contrarie e não me perguntem nada!
Mas por que tanto medo da imprensa? “Quem não deve, não teme”, correto? O diálogo, a liberdade de imprensa e a transparência são fatores fundamentais em uma democracia. Mas têm passado longe da preocupação dos atuais governantes brasileiros.
O medo de Mourão seria ter que responder o motivo do seu governo não atender aos anseios da população?!? Por que temos combustíveis com valores acima dos de países que sequer produzem petróleo? Por que seu governo demorou tanto a garantir vacina contra a covid levando muitos ao leito de morte? Por que não investiram em pessoal e infraestrutura para a preservação da Amazônia e na garantia da vida dos que a defendem? Qual o motivo dos gastos milionários nos cartões corporativos enquanto o povo passa fome?
Desprestígio
O atual candidato ao senador, Mourão parece não estar sendo prestigiado nem no meio político. No evento, notou-se a ausência do prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos) e do governador Casagrande (PSB). Nem mesmo os vices estiveram presentes.
Por Douglas Dantas, jornalista.
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