A Professora Luciana Medeiros dos Santos, servidora efetiva há 18 anos, moveu processo, vitorioso, e também denuncia a gestão municipal de Vila Velha.
Apesar de estar em reabilitação devido a questões de saúde, Luciana acusa a gestão de assédio ao não permitir que ela retorne à sua escola de origem.
"Consegui minha readaptação depois de muita briga e tirei licença médica por não ter como ir de ônibus sacudindo a coluna até balneário Ponta da Fruta. O recursos humanos da Semed é cúmplice das perseguições e diz apenas que cumpre ordens" acusa Luciana. Que complementa "Tenho parafusos de titânio nas costas. Não sou inválida. Só não dou mais aula . Eu atuo na biblioteca e no pedagógico".
O processo que ganhou contra a administração é referente ao benefício de 10% garantido a todos os profissionais em dedicação exclusiva , que possuam dois vinculos de 25h no magistério, mas que a PMVV se negava a pagar.
Luciana comenta que tudo começou quando passou a questionar e denunciar a administração municipal, em especial após a divulgação de uma carta aberta que publicamos na íntegra abaixo.
"Eles decidem minha vida funcional sem me consultar. Me trocaram de escola três vezes em uma semana de forma irregular, arbitrária e irresponsável. Minhas cadeiras estão em Santa Mônica. A Secretaria de Educação me mandou para Ponta da Fruta e Grande Terra Vermelha como forma de retaliação" denuncia Luciana.
A professora, além de mover a ação contra a administração municipal, também está denunciando os fatos ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo. (MPE-ES).
CARTA À SOCIEDADE
Quando uma mulher escolhe lutar por seus direitos ela sabe que vai enfrentar o machismo, a misoginia e a ignorância que está entranhada na sociedade.
Essa mulher quando é negra e professora, a luta toma outro sentido, o da sobrevivência. Fazer oposição política sendo servidora pública da Prefeitura Municipal de Vila Velha torna o caminho mais espinhoso.
Assédio moral e perseguição é uma prática constante na atual gestão e desencadeia uma sucessão de absurdos na esfera profissional de cada servidor. Hoje acordei vagando sem escola pra trabalhar por que meus diretores não podiam me atestar por ordem da secretaria de educação. Não recebi encaminhamento nenhum, estão segurando os processos de readaptação funcional no IPVV pra devolverem servidoras doentes pra sala de aula e economizarem com novos contratos . Faço oposição velada a gestão do prefeito por ele ter postura antiservidor e não usar de forma justa e correta a verba do FUNDEB que é destinada ao segmento da educação.
O Plano de Cargos e Salários dos professores aprovado pela Câmara Municipal e pelo executivo da Cidade Canela Verde já foi um aceno de covardia e engessamento da categoria onde mais de 70% são mulheres.
Ser servidor público na gestão de Arnaldinho Borgo é ter que ouvir dele que haverá mais chicote pra nós no trabalho, que contratado precisa estudar pra passar em concurso e parar de reclamar . É não ter diálogo com a categoria e muito menos valorização funcional .
Educação não é gasto, é investimento. Político inteligente sabe evitar fadiga. Ele entende que servidor público é patrimônio da cidade e que sem ele gestor nenhum consegue trabalhar.
Somos nós servidores que atendemos a população e fazemos o sistema funcionar
A política de austeridade empregada nos servidores de Vila Velha é um gesto perverso de ineficiência da gestão para com as contas da cidade. Só mostra que cargos comissionados são bem remunerados as custas do sacrifício dos efetivos e contratados.
É salutar fazer oposição, é normal cobrar direitos ,é justo reivindicar melhorias na carreira e acima de tudo é importante cobrar transparência com os gastos do erário público. Arnaldinho persegue quem se opõe a sua gestão de pão e circo e adoece seus funcionários em detrimento de pautas anti democráticas no serviço público. Não dialoga, não recebe, não atende e respalda maldades. Nos chamam de preguiçosos, agitadores, mas os cargos de confiança são os chancelam as mazelas da gestão.
Espero que a sociedade percebe que uma cidade não vive de praças ,parques, brinquedos e festas. Que as obras são investimentos do governo do estado. Que os empréstimos que o prefeito pega com aval da Câmara sem questionamentos e sem consultar a sociedade civil , nós iremos pagar . No final a conta dos excessos e dos absurdos chega para a população. E nós servidores, mas especificamente os professores já estamos sendo punidos pela má gestão do dinheiro público. Não se iludam com mídia e propaganda política de Instagram. Não está tudo bem na cidade. Quem atende vocês está adoecendo, perdendo e morrendo. Gestão de atas de adesão . De assédio e perseguição.
PMVV
Buscamos a Prefeitura, mas até a publicação desta reportagem não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para a publicação da versão da administração municipal.
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