No coração da Região de Vila Velha, um projeto está transformando vidas e preservando uma rica herança cultural.
Intitulado Capoeira Cidadã, o projeto é uma iniciativa do Instrutor Maré, nome de batismo de Ugo Brasil, integrante do Grupo Capoeira Brasil. Com um foco no ensino prático e teórico da capoeira, o projeto oferece aulas gratuitas aos sábados, das 8h30 às 10h30, na quadra da UMEF Governador Christiano Dias Lopes, localizada no bairro São Conrado, em Vila Velha/ES. O projeto é realizado com o apoio da Lei Paulo Gustavo (LPG), que tem sido fundamental para viabilizar atividades culturais no município.
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No último dia 24 de agosto de 2024, o projeto foi palco de uma palestra especial com o tema: ''História e Cultura Afro-brasileira e Africana no Brasil''. O evento atraiu crianças, jovens, familiares, representantes da escola e membros da comunidade, em um esforço coletivo para manter viva a chama dessa manifestação cultural, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO desde 2014. Essa iniciativa é essencial para fortalecer a aplicação da Lei 10.639/03, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar.
A palestra teve como objetivo central a valorização da cultura afro-brasileira, destacando a importância de manter viva essa tradição. Durante o evento, os participantes foram envolvidos em um rico diálogo sobre a história da capoeira, suas raízes africanas, e as interseções com outras expressões culturais como o candomblé.
A Professora Juliana Azevedo de Almeida, facilitadora da conversa, destacou as semelhanças e distinções entre a capoeira e o candomblé, utilizando documentos históricos, depoimentos de mestres e observações de rodas de capoeira. Juliana enfatizou a importância de sensibilizar o público sobre as contribuições da cultura africana para a formação da identidade brasileira, uma tarefa que ela considera essencial para a compreensão de nossa história.
O Instrutor Maré, idealizador do projeto, ressaltou a importância de iniciativas como essa para a ressignificação dos jovens participantes. Ele acredita que o contato com a ancestralidade e a cultura é fundamental para que os jovens se sintam parte de algo maior, reforçando o sentimento de pertencimento e a ideia de que a escola é um espaço de produção de conhecimento e construção de uma perspectiva crítica. "Queremos que esses jovens se vejam como pessoas possíveis, num mundo que, muitas vezes, tenta impor limites e seletividades", declarou.
O evento ainda contou com sorteios de brindes e a entrega de certificados de participação, reforçando o compromisso do Projeto Capoeira Cidadã em oferecer não apenas um espaço de aprendizado, mas também de valorização e celebração da cultura afro-brasileira.
Graças ao apoio da Lei Paulo Gustavo, as inscrições para o projeto continuam abertas ao público, sem limite de idade, proporcionando uma oportunidade única para toda a comunidade de Vila Velha se envolver, aprender e se conectar com suas raízes.
Texto e Fotos: Joacles Costa
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