O governador do Estado, Renato Casagrande, visitou, na última quarta-feira (17), a cozinha centralizada instalada no Complexo de Xuri, em Vila Velha. Localizada na Penitenciária de Semiaberta de Vila Velha (PSVV), o equipamento passou a funcionar no início deste mês e atenderá mais três unidades do complexo. A proposta é reduzir os gastos públicos e aumentar a qualidade das refeições ofertadas à população prisional.
A Secretaria da Justiça (Sejus) tem buscado melhorias na contratação dos serviços de alimentação prisional com a implantação de cozinhas integradas e centralizadas nas unidades prisionais. Além da PSVV, estão contempladas: Penitenciária Estadual de Vila Velha III (PEVV III), Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV V) e Centro de Detenção Provisória de Vila Velha (CDPVV).
Atualmente, 28 internos já atuam de forma remunerada no local. Com a cozinha instalada na unidade, espera-se expandir frentes de trabalho com a participação de cerca de 60 presos trabalhadores.
“Estamos visitando este espaço para conhecer de perto como são produzidas essas refeições. Diariamente, são servidos o café da manhã, almoço e jantar. A partir do momento que produzimos a alimentação aqui dentro do sistema, você tem uma melhora na qualidade na prestação do serviço, consegue aproveitar melhor a mão de obra dos detentos e aumenta a segurança, pois não há necessidade de transporte de fora para dentro da unidade. Vamos expandir esse modelo para todas as unidades até meados do ano que vem”, afirmou o governador.
Para operacionalizar a cozinha do Complexo de Xuri, foi formalizado contrato com a empresa Alimentares Refeições Ltda, responsável pelo preparo de cerca de 18.700 refeições diárias, compreendendo desjejum, almoço, lanche da tarde e jantar. Com a contratação, espera-se reduzir cerca R$ 2,4 milhões ao ano os gastos com alimentação de presos no Complexo de Xuri, em comparação com a modalidade de refeição transportada. As demais unidades do local já possuem cozinha integrada.
O planejamento da Sejus é que o novo modelo de cozinhas internas em estrutura modular também seja implantado nas unidades de detenção do Estado até maio de 2024
"A recente inauguração da cozinha industrial no Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha, é um acerto e tanto do Governo do Estado para com a população em cárcere. Além de se fazer cumprir o que a Lei de Execução Penal prediz, que é a promoção estatal de meios para a remição da pena e reinserção social das pessoas em detenção, também possibilita uma perspectiva de futuro melhor para essas pessoas" comenta o advogado Dr Siqueira, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-ES..
"Além do ofício em si, rotina, senso de responsabilidade e hierarquia são alguns dos ensinamentos que os presos trabalhadores demonstram ao participar de projetos e funções como as que a cozinha industrial possibilitará. Sendo assim, ao finalizar o cumprimento da sua pena, o reeducando terá não só a experiência com uma nova atividade profissional, mas também a possibilidade de ser recolocado no mercado de trabalho para continuar a sua vida e sustento de forma digna para si próprio e sua família" completamenta o advogado.
Cozinha Milton Cezar Valente da Costa
A cozinha instalada na Penitenciária Semiaberta de Vila Velha (PSVV) recebeu o nome Milton Cezar Valente da Costa em homenagem ao servidor da Sejus que atuou como Gerente de Controle, Monitoramento e Avaliação da Gestão Penitenciária (GEFAP), gerência responsável pela alimentação e lavanderia das unidades prisionais do Estado.
Cezar Valente, como era conhecido, foi o idealizador das cozinhas centralizadas no sistema prisional, onde, além da produção da alimentação para o presídio, seria um espaço formador de mão de obra carcerária, capaz de ressocializar, transformar a vida das pessoas e melhor prepará-las para a reinserção social.
Valente faleceu em um acidente automobilístico em abril de 2020.
Foto: Rodrigo Zaca /Governo-ES
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