SIM! TODO AMOR É SAGRADO.
- Italo Wyatt
- 4 de fev.
- 2 min de leitura

Por Italo Samuel Wyatt*
Depois de quase dois anos sem produção literária, decidi entregar-me completamente a escrita de um romance que narra o encontro das almas de Pedro e Fernando. O livro é sobre uma tragédia e a luta por reconhecimento de um direito fundamental.
Quase sempre que mergulho em mim mesmo para encontrar a prosa poética da minha nova obra, ouço a canção “Amor de Índio”, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos. Nela, os geniais compositores do Clube da Esquina descrevem um amor puro, sem grandes pretensões, íntegro, que protege no inverno, que sai para pescar no verão, que dedica-se a conhecer no outono e que gosta na primavera.
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No remake da novela Pantanal, o amor instintivo e fatal das personagens Juma e Jove ganharam a delicadeza necessária quando a música de Guedes e Bastos foi reinterpretada por Gabriel Sater e pelo maestro João Carlos Martins.
No meu último relacionamento, quando a minha então parte desejada completou o primeiro ano de vida ao meu lado, enviei-lhe uma cesta de chocolates e vinho através de um aplicativo de entregas. No fundo, uma carta em que escrevi à mão os versos dessa canção. Queria demonstrar com o meu gesto que todo amor, não importa qual seja, é sagrado.
O meu amor de índio foi deixado de lado, na entrada da minha oca. Todo zelo que tive foi desprezado e alvo de uma covarde trama que envolveu traição tribal, desfeitas, apontamentos sobre a estética do meu corpo, falta de beijos, abraços e confortos na rede.
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Antes do fim, Maria Bethânia, com a sua atitude vocal de segurar as sílabas cantou, ao vivo, aos nossos olhos e ouvidos, a bendita canção.
Divergindo da crônica de Paulo Mendes Campos, o meu sentimento não acabou. Sim, acabou o sentimento que eu possuía por aquela pessoa, porém, o amor de índio que guardo comigo continua mais pleno que antes. Agora, descansa na delicadeza de saber que ainda viverei um tempo de afeto e amabilidades, que é no campo da resignação que plantamos favos de mel e colhemos carícias. Que ninguém pode arrancar da gente a esperança de viver o crível e o incrível, de experimentar a reciprocidade.
Por ora, os meus personagens Pedro e Fernando vão me ensinando coisas que ninguém pode apagar. Coisas que, de tão meigas e acalentadoras, precisam ser vividas na luz do silêncio. Coisas que derretem no estio, que dançam na chuva, que andam juntas e que cumprem o destino de sentirem calor e serem o todo.
Talvez eu já as tenha encontrado. Talvez!
3 de fevereiro de 2025
Italo Samuel Wyatt é servidor público, bacharel em Direito, especialista em Direito Criminal e Segurança Pública, autor de obras literárias, membro da Academia de Letras de Vila Velha e colunista.
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