Vila Esperança: uma luta por dignidade e direitos

Por Luciana Santos*

Há quase uma década, nasceu no bairro Jabaeté, em Vila Velha, a ocupação Vila Esperança, formada majoritariamente por mulheres negras e crianças. Desde 2017, essa comunidade tem enfrentado desigualdades econômicas e sociais, reunindo mais de 800 famílias e cerca de 3.500 pessoas que lutam para sobreviver em condições precárias. Sem acesso a água encanada, energia elétrica ou saneamento básico, essas famílias vivem em situação de extrema vulnerabilidade.

Abaixo-assinado pede Justiça para os moradores de Vila Esperança.

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A crise habitacional, que afeta milhões de brasileiros, encontra em Vila Esperança um exemplo cruel. Uma recente ordem de despejo emitida pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) ameaça desalojar essas famílias sem oferecer alternativas, violando o direito constitucional à moradia digna. Esse desalojamento atinge de forma ainda mais dura mulheres negras, pardas e indígenas, que representam os grupos mais vulneráveis à pobreza e à violência estrutural no Brasil.

No mesmo mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a comunidade se depara com essa ordem judicial, após tentativas frustradas de obter um cadastro habitacional. Sem escolas, transporte público ou infraestrutura básica, o bairro é marcado por pobreza extrema e improvisação. Muitas residências não possuem banheiros, obrigando os moradores a usar fossas secas e água de poços artesianos, agravando ainda mais a precariedade.

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Vila Esperança se tornou um símbolo da negação de direitos, refletindo a invisibilidade social enfrentada por milhares de brasileiros. Essa realidade clama por uma resposta das autoridades e pelo apoio da sociedade de Vila Velha, para que os direitos dessas famílias sejam respeitados e sua dignidade, assegurada. Que a luta por cidadania e justiça social não permita que essa comunidade seja esquecida.

* Por Luciana Santos - Servidora concursada da PMVV, professora, escritora, membro fundadora da Academia Espírito-Santense da Diversidade.